Recentemente li um texto de Ruth Manus, no site do Estadão, que, infelizmente, ainda retrata uma visão preconceituosa de em relação à Psicologia e/ ou Psiquiatria. Entretanto, de maneira bastante humilde, ela também compartilha os resultados obtidos em sua própria vida ao iniciar e investir em seu processo terapêutico. (logo mais abaixo, você terá o texto na íntegra).
Durante esta leitura, me questionei porque muitas pessoas ainda se negam à buscar ajuda profissional, seja para tratar as causas de qualquer tipo de dor, sofrimento e questão emocional, como controle de estresse, problemas conjugais, luto, ansiedade, depressão, traumas ou fobias, seja para tratar questões de autoconhecimento, aprendizagem, desenvolvimento pessoal ou profissional.
Por que ainda existe tamanha resistência em cuidar da saúde mental? É tão comum nos preocuparmos com a alimentação e com o corpo... Cada vez mais, fazemos investimentos em alimentação saudável, exercícios físicos e outros procedimentos estéticos, porque então, não cuidamos da mente com o mesmo empenho que cuidamos do corpo?
Segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS, "Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de afecções e enfermidades".
De fato temos um grande problema cultural, pois muitas pessoas ainda relacionam o fato de buscar apoio psicológico ou psiquiátrico com a emissão de um "atestado de loucura". A preocupação com o julgamento externo, muitas vezes, trazem pensamentos como: "será que vão achar que estou ficando louco?" e com isso, acabamos deixamos de nos cuidar e de ir ao encontro do que nos incomoda. Você já pensou ou ouviu alguém dizer que "depressão é apenas uma tristeza passageira"... ou, "ansiedade é algo comum"? Se já ouviu ou pensou algo parecido, PARE! Saúde Mental é coisa séria, e precisa de orientação especializada e profissional.
Todos nós temos problemas, precisamos tomar decisões diariamente, enfrentar nossos medos, nossas angústias e seguir nossa vida, principalmente com saúde. Para iniciar seu processo psicoterapêutico, também será necessário tomar uma decisão: deixar o preconceito de lado e dar o primeiro passo contatando um profissional.
Contar com o trabalho especializado de um psicólogo é importante em qualquer momento, diante das mais variáveis demandas, como: sofrimento por alguma questão emocional, controle de estresse, problemas conjugais, ansiedade, questões com o trabalho, depressão, luto, medos, autoconhecimento, aprendizagem, desenvolvimento pessoal ou profissional.
Como se pode ver, não é um serviço para “loucos”: qualquer pessoa pode beneficiar-se enormemente desse apoio, não importa qual seja a sua idade ou atividade diária, deste crianças, adolescentes ou estudantes à adultos, altos executivos, idosos ou aposentados. Trabalhar o equilíbrio emocional e compreender como os pensamentos influenciam nas emoções e comportamentos é determinante para entender e solucionar qualquer problema e manter as soluções.
Abaixo, o texto que iniciou esta reflexão:
Jura que você precisa de um psicólogo?
Por: Ruth Manus, advogada, professora universitária, escritora e blogueira do ESTADÃO
http://emais.estadao.com.br/blogs/ruth-manus/jura-que-voce-precisa-de-um-psicologo/
"Até quando vamos ter que explicar que ter um psicólogo ou ter um psiquiatra é algo absolutamente normal?
Foi numa festa. Estava conversando com alguns amigos e comentei a respeito de algo que a minha psicóloga havia me dito. Um deles arregalou os olhos e disse “você tem uma psicóloga?”. Respondi tranquilamente que sim e perguntei o porquê do espanto. Ele disse que, ao ler meus textos, eu sempre pareci uma pessoa muito bem resolvida e que nunca imaginou que eu precisasse de terapia.
Acho que todo mundo que tem um psicólogo, um psiquiatra ou qualquer tipo de terapia de apoio já se deparou com uma situação dessas. Muitos se surpreendem, muitos ainda carregam velhos estigmas, acham que é frescura, acham que é exagero. Chega a ser engraçado nos depararmos com esse tipo de pensamento em 2017.
É curioso (e satisfatório) ver como todos os cuidados com o corpo estão sendo cada vez mais valorizados: exames preventivos, alimentação saudável, exercícios físicos. As pessoas têm medo de ficarem feias, velhas e doentes. Eu também tenho. Por isso nos matriculamos na academia, compramos vegetais orgânicos, reduzimos as frituras, fazemos exame de sangue, usamos filtro solar. Mas muita gente acha que isso basta. Que corpo saudável é vida saudável.
Mas nem sempre é. A cabeça faz parte do nosso corpo, as ideias fazem parte da nossa vida, as lembranças fazem parte da nossa história e os sentimentos fazem parte da gente. Não é só o neurologista quem cuida da cabeça, nem é só o cardiologista quem cuida do coração. Psicólogos e psiquiatras não são nem um pouco menos importantes do que os demais. Sim, custa dinheiro, como tudo na vida. Mas não tenho dúvidas de que, no meu caso, é um dinheiro absolutamente bem gasto.
Ainda há quem pense que é preciso estar deprimido ou descontrolado para procurar este tipo de apoio. Mas não. Você pode estar ótimo. Mas pode ficar ainda melhor. Nós não fazemos ideia de quanta coisa a gente deixa mal resolvida no nosso caminho, nem do quando elas influenciam as atitudes que temos hoje. Todas as vezes que dizemos “eu sou assim” para justificar nossos defeitos, é importante sabermos que poderíamos não ser assim. Poderíamos ser melhores e mais felizes. É, de fato, algo viável.
Mas é isso. Ninguém fica chocado quando alguém diz que vai gastar milhares de reais para colocar silicone. Ninguém acha absurdo que um homem faça um implante capilar ou que uma mulher faça um tratamento para celulite. De fato, eu também acho que tudo o que faz as pessoas se sentirem melhores é válido. Mas fazer terapia ainda causa espanto. Terapia ainda é vista por muitos como sinal de fraqueza, de segredos ou de desequilíbrio.
Eu digo com toda certeza: só consigo escrever- e ser julgada e tomar porrada e ser criticada e seguir em frente- toda quarta e todo domingo porque tenho apoio. Só aprendi a escrever sobre sentimentos porque me habituei a falar do meus. Só consegui lidar bem com o passado quando me ajudaram a afastar fantasmas escondidos. E eu não tenho a menor vergonha disso, assim como acho que ninguém deveria precisar ter."
Consulte um psicólogo!
Renata Leão Moreira
Psicóloga Clínica – Terapia Cognitivo-Comportamental
(11) 98497-6453
Jundiaí - SP